domingo, 9 de dezembro de 2012

Um novo pequeno monarca


GRÁVIDOS Miniaturas de Kate  e William em loja  na Itália. O bebê real  já é um sucesso (Foto: Ciro De Luca/Reuters)Deus salve o futuro rei. Ou rainha. Mal fora anunciada a gravidez da duquesa de Cambridge, a bela e carismática Kate Middleton, o feto real britânico já era um sucesso. Desde 1981, quando a princesa Diana surgiu grávida de seu primeiro filho, o Reino Unido não recebia a notícia da vinda de um primogênito do herdeiro direto do trono de Elizabeth II.

O primeiro-ministro David Cameron disse estar “muito feliz” com a notícia e que Kate e William“serão pais maravilhosos”. A gravidez, no entanto, já chegou com uma boa dose de drama. Os fotógrafos registraram diariamente a fisionomia de um preocupado William. Aos 30 anos, ele se prepara para ser pai. A saúde de Kate, mãe de primeira viagem também aos 30 anos, inspira cuidados. A duquesa, grávida de pouco mais de dois meses, foi internada no hospital King Edward VII, no centro de Londres. Diagnosticada com enjoo matinal severo, teve de receber constante acompanhamento médico. Deixou o hospital na quinta-feira e, sorridente, disse que se sentia “bem melhor”.

A rainha deve estar orgulhosa. O fracassado casamento de seu filho com Diana Spencer trouxe, enfim, uma segura continuidade ao comando do seu reino. Ela também sabe que ser bisavó pela terceira vez terá um gosto especial. Depois do nascimento de Savannah, em 2010, e Isla, em 2012, netas de sua filha Anne, a rainha repetirá um feito não registrado desde o fim do século XIX. Verá nascer um bisneto herdeiro do trono britânico, exatamente como sua trisavó Vitória – em 1894, ela viu chegar ao mundo o futuro rei Edward VIII. Elizabeth, que já chegou a 60 anos de reinado, apenas quatro anos a menos que o longo reinado vitoriano, não para de desafiar as marcas da monarquia britânica.

A CARA DELES  Nem bem o casal saía do  hospital (alto), computadores  tentavam simular o rosto para o herdeiro (Foto: Alastair Grant/AP e Joe Mullins/Splash News (2))
Vitória precisou esperar até o nascimento para saber se seu bisneto estaria na linha direta de sucessão. Se fosse uma menina, o bebê teria perdido o posto para o futuro irmão. Isso não ocorrerá desta vez. Independentemente do sexo, o primeiro filho de William e Kate já nascerá com direito adquirido ao trono. Uma nova lei, a ser concluída em breve pelo Parlamento, garantirá que uma filha primogênita assuma seu lugar na linha direta de sucessão.
Não foi tão simples assim para Elizabeth II. Ela só foi coroada porque seu pai, o rei George VI, teve duas filhas. Caso Margaret, irmã mais nova de Elizabeth, fosse do sexo masculino, ele teria prioridade, e Elizabeth não teria chegado ao trono. Em pleno século XXI, a nova lei parece apenas uma tardia e óbvia adaptação de costumes. Ao olhar para o passado, porém, vemos como ela pode mudar os rumos do reino. Se a nova legislação já existisse no século XIX, a rainha Vitória não teria transferido a coroa para seu filho Edward, bisavô de Elizabeth II, mas para Victoria Adelaide, sua filha mais velha. E ela talvez não tivesse se casado com o então príncipe Friedrich, futuro imperador alemão, se fosse herdeira do trono. Vitória provavelmente lhe teria arranjado um marido britânico, com quem geraria uma linhagem de futuros reis e rainhas para o Palácio de Buckingham. Elizabeth II, Charles e William teriam sido apenas coa­djuvantes esquecidos na árvore genealógica da monarquia.
Tenho certeza de que
eles serão pais maravilhosos  "
DAVID CAMERON, PREMIÊ BRITÂNICO, SOBRE O CASAL WILLIAM E KATE 
A população britânica – assim como o comércio – já se prepara para celebrar a gravidez real. Nos próximos meses, o país será invadido por todo tipo de lembrancinha e bugiganga com referência ao mais novo integrante da família Windsor. Jornais já especulam sobre a data do nascimento e até mesmo sua aparência. Alguns apostam que a criança possa nascer no aniversário da avó, a princesa Diana – 1o de julho. Um programador usou computação gráfica para imaginar as feições do futuro monarca, com base nos traços de William e Kate. Com a velocidade dos acontecimentos a sua volta, uma coisa é certa: é impossível prever que tipo de Reino Unido o filho do casal britânico mais adorado herdará quando receber a coroa.
Elizabeth II tem 86 anos – e muita saúde. Sua mãe morreu aos 101. Seu filho Charles, aos 64 anos, segue à espera do sonhado momento de se tornar rei. Se William mantiver o ritmo e completar, digamos, 90 anos de vida, o bebê de Kate substituirá o pai, como rei ou rainha, apenas no longínquo ano de 2072. Como serão o Reino Unido e o próprio mundo daqui a 60 anos? Que tipo de veículo trafegará nas ruas de Londres? Hologramas já terão substituído os participantes de reuniões e os artistas em concertos? Terão os britânicos, próximos do século XXII, mantido a realeza viva, como o centro de sua identidade nacional? Se depender do entusiasmo dos súditos pelo casal William e Kate, vale apostar que sim. 
Revista Época

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