quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Câmara dos Estados Unidos aprova proposta para evitar "abismo fiscal"


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou à imprensa depois da aprovação do projeto legislativo destinado a cancelar os efeitos do chamado "abismo fiscal" (Foto: Charles Dharapak/AP)A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na noite de terça-feira (1º) o projeto legislativo destinado a cancelar os efeitos do chamado "abismo fiscal", que poderia levar a principal economia do mundo à recessão. Os legisladores aprovaram sem mudanças, por 257 votos a favor e 167 contra, o projeto encaminhado pelo Senado, que mantém as reduções tributárias para a maioria dos americanos e adia por dois meses os drásticos cortes automáticos nos gastos públicos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou o acordo e afirmou que ele constitui "apeas um passo" dentro de um esforço mais amplo de fortalecimento da economia. Em uma breve entrevista coletiva, Obama disse que a aprovação da lei que evita a alta de impostos para a classe média representa o cumprimento de sua principal promessa eleitoral. 
Pela primeira vez em 20 anos, o Congresso americano autorizou, com o apoio de ambos os partidos, uma alta de impostos para os mais ricos. Ao mesmo tempo, o Legislativo transformou em permanentes, para a imensa maioria dos americanos, a redução da carga tributária introduzida há uma década pelo presidente republicano George W. Bush.
O resultado representa uma vitória política indiscutível para o presidente Barack Obama, que fez da proteção da classe média sua principal bandeira durante a última campanha eleitoral.
Votação
A votação na câmara baixa aconteceu após uma intensa jornada na qual os republicanos, que ostentam a maioria, estiveram a ponto de fazer o compromisso desandar. Um número significativo de membros republicanos exigia a introdução de uma emenda para cortar as despesas do Governo em US$ 300 bilhões.
A tentativa de emendar o compromisso do Senado teria enterrado o pré-acordo bipartidário alcançado com um arrasador apoio no Senado, uma vez que não haveria tempo para negociá-la com a câmara alta antes da instalação de um novo Congresso, na quinta-feira (3).
Entre outras medidas, a legislação aprovada, que entrará em vigor assim que receber a assinatura de Obama, transforma em permanente o nível atual da carga tributária para 98% das famílias e 97% dos pequenos negócios..
Por outro lado, eleva o imposto para os casais com rendas anuais superiores a US$ 450 mil, que voltarão a contribuir com uma taxa de 39,6%, como era há duas décadas, em vez dos 35% atuais.
O acordo não prorroga, no entanto, o rebaixamento temporário das retenções sobre os salários aprovadas pelo presidente Barack Obama dentro das medidas de estímulo à economia, pelo que os americanos notarão a partir desta quarta-feira uma redução de seus salários líquidos.
Através dessa combinação de altas dos juros e redução de certas deduções para os mais abastados, o Governo espera arrecadar US$ 620 bilhões em novas receitas nos próximos dez anos.
AS
Revista Época

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