Vitória foi fundada em 1551, o que a torna uma das cidades mais antigas do país. Antes, a sede da capitania do Espírito Santo foi Vila Velha, cidade vizinha e atualmente mais populosa do que a capital, que há décadas divide com Vitória as principais atrações da região costeira.
O turismo na cidade é principalmente de eventos enegócios. Grandes estruturas geradoras de movimentação econômica como os portos de Vitória e de Tubarão atraem executivos, engenheiros e pesquisadores, um público expressivo para a rede hoteleira. Por conta de estadas prolongadas, a trabalho ou estudo, hotéis modernos disponibilizam apartamentos completos para os hóspedes, com sala, cozinha e varanda com vista para o mar.
Quem viaja a lazer encontra na gastronomia, nas áreas ao ar livre e nas construções históricas de Vitória e Vila Velha os melhores programas. Na capital, as principais praias são Camburi, do Canto e Curva da Jurema, todas com boa infra-estrutura de quiosques, iluminação noturna e calçadões para caminhadas.
Faz calor na maior parte do ano, como no Rio de Janeiro; coqueiros e castanheiras garantem a sombra nas areias escaldantes, enquanto parques cercados como Moscoso e da Pedra da Cebola recebem os moradores até tarde da noite.
Apreciadores de pratos típicos da cozinha brasileira --e de frutos do mar-- não ficarão desapontados com sessões alternadas de moqueca e torta capixaba. A moqueca é a estrela da festa, chega fumegante na panela preta à mesa, com aquela coloração avermelhada obtida com a tintura de urucum. Mas a torta capixaba também vale o investimento.
Na origem, era um prato popular, um cozido de palmito, cebola, tomate e restos de peixe, mistura a que as classes abastadas acrescentaram ovos, azeitonas, bacalhau e azeite. Virou um prato de múltiplas texturas e aromas, que exige talento do cozinheiro.
A moqueca inclusive dá nome a uma rota turística do Estado, a Rota do Sol e da Moqueca, que parte de Vitória rumo ao Sul, passando por Vila Velha, Guarapari e Anchieta, esta a 73 km da capital.
Em anos recentes, também o agroturismo das montanhas capixabas ajuda a diversificar a gastronomia local. Cafés do tipo gourmet, licores, doces e embutidos especiais ganharam pontos de venda em Vitória, como o Hortomercado, na Enseada do Suá.
Depois das pontes, em Vila Velha
A cidade vizinha tem praias que os moradores da capital gostam de freqüentar, por serem mais tranqüilas e menos sujeitas à poluição da proximidade dos portos. No alto de um morro coberto de mata, cuja imponência é admirada desde a Terceira Ponte, está conservado um dos mais antigos santuários do país, o Convento da Penha, cuja inauguração data de 1558.
A arquitetura se integra à paisagem há 450 anos. São vários mirantes para o rico relevo de Vitória e arredores. O mais espetacular deles, que revela a Terceira Ponte em toda a sua extensão, está ao final do primeiro trecho de subida, ao lado do estacionamento dos automóveis.
Famílias inteiras fazem a peregrinação até a capela, onde estão relíquias como altar, púlpito e via-crúcis entalhados na madeira, e a tela "Nossa Senhora das Alegrias", do século 16. Todos os anos, na semana após a Páscoa, festas, shows e procissões homenageiam Nossa Senhora da Penha, apadroeira do Estado.
Duas outras atrações, para adultos e crianças, são motivo para prolongar o passeio por Vila Velha: o Museu da Vale e a fábrica de chocolates Garoto, fundada por um imigrante alemão em 1929, na Prainha, e instalada desde 1936 no bairro da Glória.
Em antiga estação ferroviária, uma das salas do Museu da Vale abriga uma linha de trem com 101 m de extensão, por onde correm miniaturas de locomotivas em meio a paisagem de morros e matas cuidadosamente reproduzida.
Quem se empolga com a memória das ferrovias brasileiras, narrada em fotografias e objetos desde os primeiros anos do século 20, tem a chance de aproveitar a visita a Vitória para uma viagem pelo presente. De Cariacica, na região metropolitana, parte diariamente um trem de passageiros rumo a Belo Horizonte.
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