segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Planos de saúde saltaram 39% em 5 anos superando inflação


Estima-se que os aumentos acima da inflação tornem inviável ter um plano de saúde daqui a 30 anos

Conforme projeção do Instituto de Defesa do Consumidor, caso se mantenha a diferença entre os reajustes, um usuário de 30 anos que hoje paga R$ 210,07 pelo plano, pagaria R$ 2.196,28 pelo mesmo serviço daqui a três décadas Foto: José Leomar

Nos últimos cinco anos, todos os aumentos anuais aplicados aos planos de saúde com autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) superaram a inflação. Nesse período, a ANS autorizou reajuste acumulado de 39,69%, comparado com uma inflação oficial de 30,15%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O acerto refere-se a planos médico-hospitalares individuais e familiares, contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98 a partir de 1999 (contratos novos). A ANS não limita aumentos de planos antigos (assinados até 1998), empresariais e coletivos, que são regidos pelo indicador previsto em contrato.

A agência divulga todos os anos, até o mês de junho, o reajuste máximo anual a ser aplicado aos contratos novos no mês de aniversário do plano, no período de maio do próprio ano a abril do ano seguinte. Em 2012, ela autorizou reajuste máximo de 7,93%, que foi seguido pela maioria das operadoras, diante de uma inflação acumulada de 6,50% pelo IPCA em 2011.

Neste ano

Em janeiro de 2013, os planos que aniversariam esse mês terão reajuste de até 7,93%. Neste ano, o porcentual está incidindo sobre os contratos de cerca de 8 milhões de beneficiários, o que representa 17% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil.

A ANS justifica o aumento acima da inflação com a informação de que o índice de reajuste divulgado não é um índice de preços. Ele é composto pela variação da frequência de utilização de serviços, da incorporação de novas tecnologias e pela variação dos custos de saúde. A partir de maio deste ano, a ANS definirá também o reajuste máximo a ser aplicado em planos coletivos com menos de 30 participantes assinados a partir de 1999.

Maior comprometimento

Com base nos reajustes médios cobrados no mercado, o comprometimento de renda do consumidor para o pagamento de plano de saúde aumentaria 66% em três décadas, segundo estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Para o instituto, em 30 anos, será inviável continuar pagando planos de saúde. De acordo com o Idec, a relação entre o reajuste dos planos de saúde e a inflação acumulada no período de 2002 a 2012 apresentou um aumento de 38,12%. Projetando a diferença para as próximas três décadas, as mensalidades dos planos seriam corrigidas em 163,49% acima da inflação.

Exemplo

O Idec toma como exemplo um consumidor de 30 anos de idade com renda mensal de R$ 3 mil que paga R$ 210,07 por mês em seu plano individual. Ele compromete 7% de seu rendimento com o plano. Na hipótese de que sejam mantidas as condições de reposição salarial e as regras atuais de reajuste dos planos de saúde, ao completar 60 anos, esse consumidor terá mudado de faixa etária e seu plano de saúde sofrido um acréscimo de 296,79%.

Além desse aumento, se aplicado o reajuste de 163,49% acima da inflação no período, o plano passará para R$ 2.196,28, o que levaria 73,21% de sua renda e tornaria inviável o pagamento de seu plano de saúde.

PROTAGONISTA

Aumento não deveria ser tão expressivo

Embora considere que paga um valor não muito elevado pelo plano de saúde, em comparação com outros planos semelhantes, a publicitária Ana Paula Farias afirma ter uma parte considerável da renda mensal comprometida pela mensalidade do serviço. Para a publicitária, o aumento acima da inflação não é justo para o usuário, já que ela não observa uma melhoria no serviço oferecido. Entre os motivos para isso, estão a dificuldade para marcar consultas no prazo desejado e a demora na liberação de exames.

Diário do Nordeste

O inferno no paraíso

Ao custo de 30 milhões de euros, Juan Antonio Bayona recria o tsunami que devastou 14 países da Ásia em 2004

Após a auspiciosa estreia em "O Orfanato" (2007, ganhador de 33 prêmios), um vigoroso thriller que conciliou o drama e o horror, o espanhol Juan Antonio Bayona confirma o seu talento em outro filme com as mesmas conotações. Em "O Impossível" ele substitui um casarão transformado em orfanato e ocupado por espíritos de crianças por um paraíso invadido por um tsunami com ondas de 10 metros de altura que tirou a vida de milhares mil pessoas.

O filme foca nos enormes esforços do personagem de Ewan McGregor em salvar a família do tsunami

No entanto, seria injustiça creditar exclusivamente ao diretor a qualidade dos dois filmes, quando em ambos ressalta-se o trabalho de Sergio G. Sanchez na elaboração dos respectivos roteiros. Ambos minuciosos, detalhistas e insinuantes.

Desde que Tucidides (460-400 a.C), o historiador grego, observou um tsunami e concluiu que são crias de explosões submarinas, essas ondas gigantescas vêm chamando a atenção do homem por seu poder devastador - e países como Portugal (Sismo de Lisboa, 1755), Java e Sumatra (1883, cuja origem se deu com a explosão da Ilha Krakatoa, na Indonésia), Indonésia (Ilha das Flores, 1992), Japão (Ilha de Okushiri, 1993), Nova Guiné (1998), Peru (2001) e novamente no Japão, em 2011.

No entanto, nenhuma delas foi tão letal quanto o tsunami que se abateu em 26 de dezembro de 2004 sobre 14 cidades banhadas pelo oceano Índico tirando a vida de 240 mil pessoas. Diversas ondas de 10 metros aos intervalos de dez minutos mataram quase seis mil pessoas, deixaram 2.800 desaparecidos e 1.480 crianças órfãs, apenas na Tailândia. Na tragédia daquele país o tsunami deixou vivas, também, histórias de anônimos que se tornaram verdadeiros heróis no atendimento às vítimas - como nativos e médicos -, de sobrevivência - aqueles que suportaram a enorme dor por horas a fio em situações críticas até a chegada das equipes de socorro - e de famílias marcadas pela superação.

Ao priorizar essas três vertentes da tragédia, Sérgio G. Sanchez estabelece o inesperado e a fatalidade como inerentes ao ser humano, expondo a efemeridade da vida e o mundo com um lugar de expiação, único sentido para se entender como um ser humano pode morrer de um momento para outro sob as mais diversas circunstâncias. O inesperado na existência.

Sanchez e Bayona expõem essa condição humana, mas a desdobram sob outra vertente: a da sobrevivência. Sobreviver a tragédias assim é um desses "inesperados" que costumeiramente o dito popular costuma chamar de "milagre". E, entre milhares de mortos, uma família de cinco pessoas, incluindo duas crianças pequenas, sobreviver ao ser arrastada em dezenas de quilômetros por toneladas de águas pode ser visto mesmo como exemplo de um.

É o caso da família de Enrique e Maria Alvarez Belon e seus filhos Lucas, Thomas e Simão. Bayona e Sanchez se debruçam sobre a história desse "milagre" para colocar na tela, com todo o seu inesperado e violência, a tragédia que apanhou 14 países de surpresa na manhã de 26 de dezembro de 2004, deixando o mundo perplexo com as imagens assustadoras da invasão das águas ao continente, levando tudo em seu caminho.

Fragilidade

Ao centralizar a história da tragédia em uma família sobrevivente, "O Impossível" deriva a história para o humanismo ao retratar a fragilidade humana perante a morte inesperada, a força avassaladora da natureza e o surgimento da solidariedade como instrumento de agregação e espiritualidade. Desta forma, a tragédia, que não deixa de ser exposta em uma expressão realista, ganha a dimensão de superação e de amor no empenho de um pai e busca da mulher e deus filhos. E, no filme todo, após o tsunami deixar o seu estrago território adentro, o foco é a integração de homens, mulheres e crianças em aliviar as dores da tragédia - e isto está explícito na cena na qual um homem que perdeu a mulher e a filha oferece o seu celular para o personagem vivido por Ewan McGregor.

Há quem critique Bayona por ter carregado na dramaticidade, principalmente na cena de encontro da família sobrevivente, a fim de mexer com a sensibilidade do espectador, mas isso me parece genuíno e não falso, uma forma de obter a reflexão do espectador sobre um diferente momento de felicidade. A superação de uma jornada inesperada.

O realismo da tragédia provocada por um tsunami expressado em "O Impossível" e o talento para colocar a plateia dentro de seus acontecimentos confirmam Juan Antonio Bayona e Sergio Sanchez como os mais notórios nomes do cinema espanhol na atualidade. O resultado é uma obra reflexiva sobre o inesperado de cada dia na existência humana. Imperdível.

(Leia mais no Blog de Cinema blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema)

Mais informações: O Impossível (Lo Impossible/The Impossible, Espanha, 2012), de Juan Antonio Bayona, com Ewan McGregor e Naomi Watts. Salas e horários no caderno Zoeira

FIQUE POR DENTRO

Um espanhol de talento em Hollywood

Para quem recusou dirigir um dos filmes da "Saga Crepúsculo" para investir em seu projeto pessoal, o qual, agora é um sucesso de público em todo o mundo e eleito pela crítica internacional como uma das dez melhores produções rodadas em 2012, vai ficar difícil para Bayona não se vergar ao poderio financeiro às condições de trabalho em Hollywood. Já há especulações sobre a contratação dele pela Summit Entertainment (distribuidora de "O Impossível" nos EUA e produtora da "Saga Crepúsculo"). Que o talento de Juan Antonio Bayona sobreviva aos projetos popularescos que certamente vão lhe oferecer.

PEDRO MARTINS FREIRECRÍTICO DE CINEMA
Diário do Nordeste

Falha no Sisu permitiu acesso a dados de outros candidatos


Uma falha no site do Sisu fez com que alguns candidatos pudessem acessar o perfil, com dados pessoais, de outros estudantes. Segundo o MEC (Ministério da Educação), o problema durou cerca de sete minutos logo no início das inscrições do Sisu, por volta da 0h desta segunda-feira (7).
Os alunos puderam por, cerca de sete minutos, acessar dados de outros candidatos. FOTO: Reprodução.
 
Durante a falha, os alunos puderam ver dados como nome, número de inscrição, e-mail e nota de outros candidatos, mas, de acordo com o ministério, nenhuma alteração pôde ser feita no perfil durante o problema. 


Segundo o MEC, nas primeiras 8 horas, foram recebidas 137 mil inscrições para as mais de 129 mil vagas oferecidas em instituições de ensino superior públicas. As inscrições são feitas pelo site do Sisu e serão encerradas 23h59 (horário de Brasília) de sexta-feira.
Quem pode concorrer às vagas
Podem pleitar às vagas os estudantes que participaram do Enem em 2012 e obtiveram nota maior que zero. O candidato pode fazer até duas opções de curso que deverão ser especificados pela ordem de preferência. Ao longo do período de inscrições, o estudante pode alterar ou cancelar as opções feitas.
A primeira chamada de selecionados está prevista para o dia 14 de janeiro. Os convocados devem providenciar a matrícula nos dias 18, 21 e 22. Já a segunda chamada será divulgada no dia 28 deste mês, com matrícula em 1', 4 e 5 de fevereiro.
Diário do Nordeste

Sefaz libera boleto do IPVA pela internet


Os boletos do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deste ano já podem ser gerados pela internet no site da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE) e foi liberado a partir desta segunda-feira, 7.
Previsão da Sefaz é arrecadar mais de R$ 500 milhões com o imposto neste ano (Foto: Alex Costa)
O contribuinte deve clicar na barra "serviços on line", depois em "IPVA", "DAE para pagamento" e "IPVA 2013". É preciso informar número da placa, renavam ou chassi.
Neste ano, a tabela (.PDF) do tributo, que deve ser pago pelos propritários de veículos no Ceará, teve uma redução média de 9,41% em relação ao valor estabelecido em 2012.
A estimativa da Sefaz-CE é arrecadar R$ 513,3 milhões de 1.696.599 veículos. Os contribuintes que pagarem o imposto até o vencimento de 31 de janeiro receberão desconto de 5%. Quem decidir parcelar, pode fazer em até quatro vezes. O pagamento será feito nos dias 8 dos meses de fevereiro, março, abril e maio.
Diário do Nordeste

Universidade Federal do Ceará é a segunda mais procurada por alunos no Sisu


A Universidade Federal do Ceará (UFC) registrou o segundo maior número de inscritos, 30.823 estudantes, durante inscrições do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), até às 12h desta segunda-feira (7) . A oferta na instituição é de 6.258 vagas. As informações foram divulgadas em balanço do Sisu no site do Ministério da Educação (MEC).
A UFC registrou 30.823 estudantes inscritos até às 12h desta segunda-feira (7). FOTO: Alex Costa.

A busca pela universidade fica atrás apenas da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), que registrou 43.372 inscritos, segundo o MEC. A UFRJ oferece 4.745 vagas. Logo depois da UFC, está a Universidade Federal Fluminense (UFF), que, até o momento, já teve 19.861 estudantes inscritos tentando se matricular em uma das 4.789 vagas.
Ifce é o segundo mais procurado entre os Institutos Federais
Em balanço divulgado pelo MEC às 11h, desta vez contabilizando registros de inscrições em institutos federais de educação, o Instituto Federal do Ceará (Ifce) foi o mais procurado pelos candidatos.
Segundo, 1.782 estudantes se inscreveram no Ifce para concorrer à uma das 1.840 vagas. Até o momento, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) lidera a lista do número de inscritos, com 2.776. São ofertadas 2.600 vagas.
101 instituições selecionam através do Sisu
O Sisu entrou no ar no início da madrugada desta segunda-feira e até 13h mais de 471 mil candidatos se inscreveram. Apenas na primeira hora de funcionamento, o sistema registrou mais de 80 mil candidatos inscritos.
Na primeira edição deste ano, a oferta de vagas chega a 129.319 mil, em 3.752 cursos. Ao todo, 101 instituições públicas de educação superior selecionarão estudantes por meio do Sisu.
Antes da abertura do sistema, 20 mil pessoas já estavam logadas. Com a abertura das inscrições, esse número saltou para 50 mil.
As inscrições vão até 23h59 do dia 11 de janeiro de 2013. Durante o período de inscrição, o sistema estará aberto durante todo o dia, de forma ininterrupta. Será considerado o horário oficial de Brasília.
Diário do Nordeste

Espiritualidade cristã e qualidade de vida


     Uma vida com qualidade exige de todos nós uma vivência espiritual

Imagem de DestaqueQuando falamos em qualidade de vida, logo nos lembramos de uma alimentação saudável, exercícios, noites de sono bem dormidas e outras centenas de métodos que visam cuidar da pessoa de um modo que possa viver mais e melhor. Mas onde entra a espiritualidade cristã dentro do contexto da qualidade de vida?

Hoje, o ser humano é visto como um todo. Não somos um compartimento com gavetas diferenciadas. Tudo o que faz parte de nós compõe aquilo que somos. E a espiritualidade está presente naquilo que faz parte de nossa existência em sua totalidade.

Quando descuidamos da alimentação, o nosso corpo, as nossas emoções, o nosso humor, o nosso sono, a nossa autoestima, o nosso desempenho no trabalho, as nossas motivações respondem de maneira negativa. O mesmo processo acontece quando descuidamos de nossa espiritualidade. Todo o nosso ser responde negativamente.

Uma qualidade de vida saudável também exige que a espiritualidade seja cuidada. Muitos adentram em complexos processos de depressão sem saber o real motivo desse estado negativo que, aos poucos, vai se enraizando na vida. Em muitos casos, alguma área social, psicológica ou espiritual sofreu algum abalo. Além do acompanhamento médico e psicológico, faz-se necessário que o paciente também ajude a si mesmo. É neste momento importante do processo de cura que a espiritualidade ocupa uma importante função.

Uma vida com qualidade exige de todos nós uma vivência espiritual saudável e equilibrada, na qual possamos cuidar de todos os outros aspectos que nos compõe, sem deixarmos de lado nenhum deles, incluindo nossa espiritualidade.

Adquirimos uma qualidade de vida espiritual saudável quando reservamos um tempo para a nossa oração diária. A oração nos devolve a paz e nos coloca em contato com nossa própria alma e com Deus já presente nela. Silenciosamente, o Senhor vai transformando o nosso interior para que o exterior seja um reflexo daquilo que foi sendo cultivado nos tempos sagrados reservados para o nosso crescimento na fé, na esperança e no amor.

A espiritualidade somente é saudável quando é vivenciada com equilíbrio. Tudo o que foge ao equilíbrio torna-se espiritual e psicologicamente perigoso. O trabalho, o esporte, o lazer, a diversão, o descanso, a participação na vida de comunidade são importantes para o nosso crescimento humano, social, mental e espiritual. E em todos estes ambientes a espiritualidade deverá estar presente. A experiência de Deus que trazemos gravada em nossa alma não fica isolada das outras experiências da vida, mas as potencializa.

Quem separa a vida social da experiência espiritual que traz em si, perde-se nos territórios de sua própria alma. O equilíbrio entre a vida e a fé não são motivos para nos afastar das diferentes realidades que nos interpelam. Uma vida espiritual madura, sadia e equilibrada abre-nos um caminho de paz que é trilhado a partir das experiências de fé que estão sendo cultivadas em nosso próprio coração.

Quem descobriu na espiritualidade um jeito maduro de ser mais humano e divino, encontrou em si mesmo o segredo do amor de Deus que em nós equilibra todos os aspectos da vida.
Foto
Padre Flávio Sobreiro
Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
www.facebook.com/peflaviosobreiroe http://www.flaviosobreiro.com
Canção Nova

Papa expõe aos embaixadores preocupações com a justiça e a paz


Da Redação, com Rádio Vaticano


Rádio Vaticano
O Papa Bento XVI reunido com os embaixadores junto à Santa Sé
Conforme acontece habitualmente no início do ano, o Papa Bento XVI recebeu nesta segunda-feira, 7, os membros do Corpo Diplomático, aos quais dirigiu um discurso em que abordou os problemas de justiça e paz, exprimindo as suas preocupações e propostas a esse propósito.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Discurso do Papa ao corpo diplomático


Bento XVI começou seu discurso parabenizando as relações frutuosas que a Igreja Católica mantém com as autoridades civis em todo o mundo. “Trata-se de um diálogo que tem a peito o bem integral, espiritual e material, de cada homem e visa promover por toda a parte a sua dignidade transcendente”.

E esta dimensão católica da Igreja, que a leva a abraçar todo o universo, não constitui, conforme destacou o Santo Padre, uma ingerência na vida das diversas sociedades, mas serve para iluminar a reta consciência dos seus cidadãos e convidá-los a trabalhar pelo bem de cada pessoa e o progresso do gênero humano.

Foi neste contexto que Bento XVI situou os acordos bilaterais estabelecidos ou ratificados em 2012 com vários países, assim como as viagens apostólicas por ele realizadas ao México, a Cuba e ao Líbano. “Ocasiões privilegiadas para reafirmar o empenhamento cívico dos cristãos naqueles países e também para promover a dignidade da pessoa humana e os fundamentos da paz”.

Ainda no discurso, o Papa lastimou o fato de hoje em dia, por vezes, se pensar que a verdade, a justiça e a paz são utopias que se auto-excluem. “Diversamente, na perspectiva cristã, há uma ligação íntima entre a glorificação de Deus e a paz dos homens na terra, de tal modo que a paz não resulta meramente de um esforço humano, mas deriva do próprio amor de Deus… Na realidade, sem uma abertura ao transcendente, o homem cai como presa fácil do relativismo e, consequentemente, torna-se-lhe difícil agir de acordo com a justiça e comprometer-se pela paz.”

Sobre o fanatismo de ordem religiosa, que continua a fazer vítimas, o Santo Padre voltou a sublinhar que se trata de uma “falsificação da própria religião", já que a religião visa reconciliar o homem com Deus, tornando claro que cada homem é imagem do Criador.

Recordando a responsabilidade de trabalhar pela paz, Bento XVI citou os numerosos conflitos que continuam a ensanguentar a humanidade, a começar pelo Médio Oriente. “Renovo o meu apelo para que se deponham as armas e possa, o mais rápido possível, prevalecer um diálogo construtivo para acabar com um conflito que, se perdurar, não conhecerá vencedores mas apenas derrotados, deixando em campo atrás de si apenas ruínas.”

O Pontífice também fez uma referência à Terra Santa: "Na sequência do reconhecimento da Palestina como Estado Observador não-Membro das Nações Unidas, renovo os meus votos de que israelitas e palestinianos, com o apoio da comunidade internacional, se empenhem por chegar a uma convivência pacífica no contexto de dois Estados soberanos, onde o respeito pela justiça e as legítimas aspirações de ambos os povos seja tutelado e garantido. Jerusalém, torna-te aquilo que o teu nome significa: cidade da paz e não da divisão, profecia do Reino de Deus e não mensagem de instabilidade e conflito!"

Canção Nova
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