Grecianny Carvalho Cordeiro*
O Aldravismo
é um movimento literário surgido no ano 2000 em Mariana – MG.
Para quem não sabe, aldravia
é uma nova forma de fazer poesia, onde o “Poema é constituído numa linométrica de até
06 (seis) palavras-verso. Esse limite de 06 palavras se dá de forma aleatória,
porém preocupada com a produção de um poema que condense significação com um
mínimo de palavras, conforme o espírito poundiano de poesia, sem que isso
signifique extremo esforço para sua elaboração”. (J. B. Donadon – Leal. http://www.jornalaldrava.com.br/pag_aldravias.htm.)
Para os amantes da poesia, a aldravia
impressiona pela capacidade de sintetização, sem que isso implique num
comprometimento com a essência daquilo que o poeta pretende transmitir, ao
contrário, o poema parece até se tornar bem mais intenso.
Aldravia
exige maestria, capacidade de sintetização, poder de sentir em poucas palavras
e em apenas seis palavras o ser capaz de transmitir os sentimentos mais
profundos. É partir do muito para o pouco e, nesse pouco, se bastar.
Num mundo hightech, onde as pessoas se comunicam mais por intermédio das
redes sociais do que pelo contato pessoal, substituindo o telefone, as cartas e
até mesmo os livros pelo twitter,
instagram e outros, a Aldravia
surge como uma forma de poesia abrangente e, quem sabe até, mais acessível,
porque mais prática, de leitura rápida, num mundo em que o tempo é tão precioso
quanto ouro, sem prejuízo da inquestionável qualidade desses poemas.
A ideia da Aldravia é “o máximo de poesia no mínimo de palavras”, no dizer de
J. B. Donadon-Leal.
Como bem prefaciou Alfredo Pérez
Alencart, Professor da Universidade de Salamanca, esse quinteto de poetas “emerge e parece gritar: Poesia na mesa de
honra; Poesia esmigalhando sua verdade menos malferida; Poesia para ser
soletrada também amanhã; Poesia em pílulas que curam a alma; Poesia dos
murmúrios não visíveis...”.
Eis algumas das maravilhosas Aldravias dos poetas autores do livro
ALDRAVIAS A CINCO VOZES:
meu
corpo naufraga teus sonhos oceânicos
tuas
curvas
luxuriantes
são meus
atalhos
esculpi
na
pedra
tua efígie
rupestre
(Edir Meirelles)
|
telas
são
pensamentos
coloridos
do
artista
pensamentos
torcem
tintas
retorcem
transformam
telas
ser
pintor
pensamentos
como
o
arco-íris
(Juçara Valverde)
|
buscando
embriaguez
em
taças
de
ausência
quem
do
pulo
não
é
capaz?
aos
delírios
concedi
passaporte
fiquei
forte
(Luiz Gondim)
|
desde
sempre
caminhas
dentro
de
mim
amor
concede
atração
pássaros
concedem
fragrâncias
sinalizam
liberdade
amores
acasos
tardes
calmas
(Márcia Barbosa)
|
*Grecianny Carvalho é escritora, promotora de
Justiça e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - AMLEF.
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