quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Enfermeira faz Enem aos 35 para ser médica


Após 15 anos, Cristiane Garcia busca por uma segunda profissão (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Decidida a ter uma segunda carreira profissional, Cristiane Garcia, de 35 anos, retorna à sala de aula após 15 anos. Ela se prepara para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) conciliando trabalho, família e estudos. A enfermeira, que mora em Porto Velho, quer realizar um sonho: ser médica.
"Quero ser médica e sei que não vai ser fácil passar. Os momentos que passo no cursinho já me fizeram entender que a concorrência é muito grande. Apesar do meu esforço, trabalho, sou mãe e o tempo disponível, dedico aos estudos", afirma Cristiane.
No início eu me considerava um ET perto de pessoas mais jovens, com a memória mais fresquinha, mas depois fui percebendo que temos os mesmos sonhos"
Cristiane Garcia, enfermeira
Trabalhando todas as noites no Pronto-Socorro João Paulo II, a enfermeira busca forças na família. "Sou casada e tenho dois filhos de 7 e 8 anos. Tenho que dar atenção para eles e ainda cuidar dos afazeres domésticos. Aproveito os finais de semana para estudar em casa", conta. Enquanto Cristiane está no cursinho, as crianças ficam com a avó materna.
O sonho em se tornar médica contagiou o marido de Cristiane, que é auxiliar de enfermagem e pretende cursar direito. "Ele voltou a estudar quando eu falei que ia fazer uma nova faculdade e o apoiei.  Assim, todos nos reunimos cada um com seus livros, tarefas e estudamos juntos. É um momento de família", enfatiza.
Determinação
O tempo de Cristiane é uma das dificuldades consideradas como relevantes para o seu aprendizado. Ela afirma que não dispõe de exclusividade para os estudos, mas mesmo assim acredita que tenha chances de ser aprovada. Outra dificuldade que a enfermeira diz ter são as disciplinas de exatas. "São mais de 15 anos sem ver esses conteúdos. Tenho que relembrá-los todos. E como não me dedico somente aos estudos, sei que estou em desvantagem", admite.

Mesmo sabendo de sua deficiência nos estudos, Cristiane diz que o período no cursinho é muito importante. "Esse tempo jamais será perdido. No início eu me considerava um ET perto de pessoas mais jovens, com a memória mais fresquinha, mas depois fui percebendo que temos os mesmos sonhos", finaliza.
Cristiane diz que suas maiores dificuldades são as disciplinas de exatas (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Cristiane diz que suas maiores dificuldades são as disciplinas de exatas (Foto: Ivanete Damasceno/G1)G1

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