Um Barack Obama sorridente, sem paletó e com as mangas da camisa arregaçadas chegará às bancas dos Estados Unidos nesta sexta-feira (26). O presidente estampa a capa da revista Rolling Stone, para a qual deu uma entrevista sobre o que planeja fazer caso seja reeleito. Do pouco da conversa que foi liberado antes da publicação, destaque para as críticas a Wall Street: “Ainda temos uma situação em que pessoas fazendo apostas podem ter grandes ganhos, e suas perdas são limitadas”.
O conteúdo da conversa, no caso, não importa tanto. Vale a imagem jovial em uma publicação pop. Na mesma linha, Obama concederá entrevista ao canal MTV, também neste dia 26. A campanha democrata tenta um último esforço para estimular os eleitores jovens a ir às urnas no dia 6 de novembro – o voto não é obrigatório nos Estados Unidos. Essa fatia do eleitorado foi decisiva para a vitória de Obama em 2008, mas está bem menos disposta a ajudá-lo desta vez.
Os números das pesquisas preocupam os democratas. Segundo um levantamento do Instituto de Política da Universidade Harvard divulgado na semana passada, 55% dos eleitores de 18 a 29 anos pretendem votar apoiam Obama, ante 36% favoráveis ao republicano Mitt Romney. Mas os jovens pró-Romney demonstram mais entusiasmo: 65% deles disseram que “definitivamente” votarão no dia 6, contra 55% dos obamistas que dizem o mesmo.
Na campanha de 2008, Obama definiu-se como a esperança e a mudança em relação à era Bush. Seu discurso arrebatou os jovens. Naquele ano, 51% dos eleitores com menos de 30 anos votaram – 2 milhões a mais que em 2004. Nesse grupo, 66% votaram em Obama, ante apenas 31% em John McCain, o então rival republicano. Essa folgada diferença foi fundamental para o democrata ganhar a disputa por 53% a 46% nos votos totais. Por isso, Obama sabe que precisa falar o quanto puder com esse público até o fim da campanha. A participação maciça dos jovens deve definir se ele sairá vencedor do acirrado duelo com Romney, atualmente com leve vantagem para o oponente republicano.
Revista Época
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