quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Você é visto?

Com um elenco de sucesso entre os teens e temas que guardam o frescor do universo juvenil, As Vantagens de Ser Invisível estreia amanhã no Brasil


É época de descobertas, afirmações, dúvidas, amadurecimentos (...) e um turbilhão de mudanças que vão dos mais visíveis traços físicos ao mais íntimo do psicológico, difícil pensar uma fase de tantas intensidades na vida como a adolescência. Tudo isso, vale lembrar, dentro de um ambiente complexo como a escola, onde ser minimamente “diferente” de um padrão pode ser muito custoso para quem é visto dessa maneira.
Enveredando por esse universo, misturando ingredientes de uma fase que nunca deixou de inspirar produções em diversas linguagens artísticas ou conquistar o público pela identificação, esses e outros elementos dão o tom no filme As Vantagens de Ser Invisível, um drama sobre os “altos e baixos” desses tempos de transformações, que estreia amanhã nos cinemas brasileiros. Mas não fica apenas nisso, em um contexto aparentemente generalizado de referências.
Baseado no livro do norte-americano Stephen Chbosky (The Perks Of Being a Wallflower, no original), que 13 anos depois de seu lançamento veio ganhar versão cinematográfica, o filme tem como protagonista o jovem Charlie (Logan Lerman, de Percy Jackson e o Ladrão de Raios), um garoto tímido e com um olhar particular sobre os eventos da vida, que enfrenta a perda de seu único amigo ao mesmo tempo em que passa a encarar os desafios de seu primeiro ano, como calouro, no Ensino Médio.
Alvo em potencial das brincadeiras e hostilidades pelos corredores, apesar de seu desejo de mudar as coisas no “quesito interação” naquele ano, Charlie inicialmente amarga dificuldades em sua jornada de socialização. Mas tudo muda até ele conhecer Sam (Emma Watson, da saga Harry Potter) e Patrick (Ezra Miller, de Precisamos Falar Sobre o Kevin), dois veteranos que o “aceitam” em seu mundo de “deslocados” e o introduzem em uma vida de novas experiências - entre festas, aventuras, amores, lições de vida, mas também dramas familiares, conflitos e outros assuntos delicados.
Por trás das câmeras, contando com “os mesmos produtores de Juno” (o que, para muita gente, pode significar muita coisa), o filme teve direção e adaptação assinadas pelo próprio autor Stephen Chbosky - algo não impossível, mas também não tão comum de se ver. A vantagem está em manter a força da obra original, principalmente por meio dos personagens e seus diálogos marcantes, detalhes que podem fazer a diferença para quem vai assistir ao filme depois da experiência com o livro.
#NADA DE BRUXINHA
Como você deve ter notado pelas imagens, um dos grandes destaques da produção está na escalação da jovem atriz Emma Watson para o trio de protagonistas, que aparece bem diferente da personagem que a tornou mundialmente famosa. A começar pela aparência, com os cabelos curtinhos que vem cultivando há algum tempo. Espantando seus dias como Hermione Grainger - a estudiosa, responsável e comportada bruxinha que ela interpretou ao longo de uma década com a saga Harry Potter -, em As Vantagens de Ser Invisível a jovem Sam tem uma personalidade bem mais “intensa” e hábitos bem mais agitados, como ir a várias festas ao lado dos amigos e se envolver com diferentes rapazes – para a tristeza de Charlie.

#O LIVRO
Lançado originalmente em 1999, e publicado por aqui pela editora Rocco sob mesmo título, o livro “As Vantagens de Ser Invisível” acompanha a história de Charlie, 15 anos, por meio de um conjunto de cartas escritas por ele a um “Querido Amigo”. “Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim”, escreve o personagem ainda no começo do livro, mostrando o tom de confidencialidade do discurso e a mistura de sensações que o caracteriza. Entre dias bons e outros nem tanto na rotina do jovem e seus amigos, o autor Stephen Chbosky aborda temas “delicados”, porém bem presentes na vida dos adolescentes, como drogas, sexualidade etc. Resta saber se o filme vai manter a fidelidade nesse quesito ou diluir essas questões para alcançar um público maior.
#TRILHA
Outro detalhe que dá um toque especial à produção é a trilha sonora, recheada de referências dos anos 1980 e 1990, década esta em que a trama do livro/filme se desenrola. Entre nomes do “alternativo” como Sonic Youth, The Smiths, New Order, Cocteau Twins, Galaxie 500, entre outros, há ainda a presença de Heroes (1977) na seleção, clássica de David Bowie. Se você viveu aqueles tempos ou, do contrário, é parte da geração mp3, vale ficar atento à trilha que embala os passos dos personagens.
EU VOU
Marina Torres, 12 anos, estudante


“Um detalhe que acho importante é que o filme seja fiel ao livro. Acompanhando a repercussão da estreia nos EUA, tenho visto comentários bem positivos nesse sentido. Espero que se concretize”.

Jornal O Povo

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