quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Joaquim Barbosa diz que Dirceu comandava o esquema do mensalão


Para Joaquim Barbosa, está provado o vínculo entre José Dirceu e demais núcleos do mensalão (Foto: Divulgação/STF)O ministro Joaquim Barbosa disse que provas mostram o vínculo entre o ex-ministro da Casa Civil e demais membros do núcleo político do mensalão. Para o relator do processo, Dirceu comandava o grupo. A defesa do ex-ministro disse que, na época do escândalo, ele não participava de decisões do PT.
Na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira (17), Barbosa começou a ler o voto sobre o último capítulo do processo, que trata de formação de quadrilha. Ele deve concluir a argumentação nesta quinta-feira.

Para o relator, a cúpula do PT se uniu a Marcos Valério e então diretores do Banco Rural para colocar em prática o esquema de compra de apoio parlamentar. “Anoto nos autos elementos de convicção ao sustentar que José Dirceu comandava o núcleo político que, por sua vez, orientava o núcleo publicitário e agia em conjunto ao núcleo financeiro", disse o relator. Barbosa disse que havia uma “associação estável e organizada” entre os acusados, para a prática de crimes. “Marcos Valério era quem tinha a incumbência de informar a disponibilidade na agenda de José Dirceu, era um intermediário entre o conglomerado financeiro e esse importantíssimo agente do Estado brasileiro."
O ministro leu depoimentos, citou diversas reuniões e até viagens feitas pelos réus que, segundo ele, comprovam a relação de parceria e também de hierarquia e subordinação.
Segundo a acusação do Ministério Público,Dirceu era o líder do grupo, e buscava recursos para o financiamento de um projeto político de apoio ao governo no Congresso. 
José Dirceu já foi condenado pelo STF por corrupção ativa. Os ministros entenderam que o fortalecimento da base aliada foi construído com compra de votos de parlamentares, com recursos financeiros obtidos por empréstimos simulados facilitados por Marcos Valério.
José Luís de Oliveira Lima, advogado do ex-ministro José Dirceu, alega que não há provascontra seu cliente e que a compra de apoio nunca existiu. “Nada, absolutamente nada, se provou ou se comprovou na relação dele com Marcos Valério”, disse.
AC
  
Revista Época

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