A estratégia de vacinação contra a gripe em 2013 vai ter duas mudanças, com o objetivo de aumentar o acesso à imunização das pessoas com doenças crônicas ou outras condições que podem representar um risco maior se elas forem infectadas.
Estudo realizado neste ano no Sul do país mostrou que 85% das mortes por H1N1 tinham associação com alguma outra doença.
Editoria de Arte/Folhapress |
Essas condições, que antes estavam listadas de maneira genérica, serão detalhadas.
O que antes eram hepatopatias (nome genérico para moléstias do fígado), por exemplo, viram atresia biliar, hepatites crônicas e cirrose.
Com isso, o Ministério da Saúde, que acaba de elaborar a listagem, espera padronizar a vacinação no país --os Estados divergiam sobre quais eram as doenças ou condições de saúde alvo da vacinação-- e sensibilizar os médicos e os pacientes para a necessidade de imunização nesses casos.
Outra alteração é a orientação para que todos os 35 mil postos de saúde do país, que concentravam suas campanhas em grávidas, menores de dois anos, pessoas com 60 anos ou mais e profissionais da saúde, ofereçam essas vacinas também às pessoas com as doenças listadas, desde que tenham a receita médica.
Até aqui, a vacinação desse público era indicada para os 46 centros de referência.
Como os mais velhos já eram alvo das campanhas tradicionais, essas mudanças devem ter impacto maior nos jovens com doenças crônicas --público sensível ao vírus A (H1N1)--, afirma Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.
"Estamos vacinando bem em grupos como idosos e crianças. Estávamos precisando melhorar no grupo de doenças crônicas, e esperamos ter a mesma cobertura alta", diz o secretário.
A campanha de 2012 distribuiu cerca de 35 milhões de doses da vacina. Com as mudanças, outras 6 milhões de pessoas devem ser atendidas na campanha, a ser iniciada no mês de abril.
No Estado de São Paulo, as pessoas com doenças crônicas já conseguiam ser atendidas nos postos, mas essa não é uma situação disseminada, diz Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
"Esse grupo agora passa a ser incorporado numa campanha nacional, sendo chamado aos postos de saúde."
O ministério também quer ampliar o uso do antiviral Tamiflu, por meio de cursos com profissionais da saúde. Ainda segundo a pesquisa feita no Sul, o risco de morrer é quase nove vezes maior quando o remédio não é usado ou tem uso tardio.
Neste ano, 420 pessoas morreram pelo vírus influenza, 81% delas pelo A (H1N1).
Folha de S. Paulo
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