Grecianny Carvalho Cordeiro*
Medusa era uma personagem da
mitologia grega, conhecida pelos cabelos em forma de serpente, com dentes presas
de javali, pele de escamas, mãos de bronze, asas de ouro, cujo olhar
transformava em pedra aquele que a fitasse. Era uma das três górgonas, figuras
monstruosas, além de Euríale e Ésteno.
Uma das virgens sacerdotisas
da deusa Atena (da sabedoria), Medusa um dia fora uma bela mulher, orgulhosa de
seus cabelos, até ser objeto de desejo de Poseidon (deus dos mares), que a
violentou. Por essa razão, Medusa foi injustamente punida por Atena, a deusa a
quem servia, sendo transformada num monstro aterrador, confinada a viver numa
ilha, em completa solidão, jamais podendo amar ou ser amada.
Há quem diga que Medusa se
ofereceu a Poseidon, a ele se entregando, atraindo a ira e a justa punição de
Atena.
Medusa levava uma vida de
total isolamento, até porque, todo aquele que dela se aproximasse e olhasse em
seus olhos, viraria pedra. E como não bastasse tamanha maldição, Medusa viveu
de forma desassossegada, pois ainda tinha que enfrentar os vários aventureiros
que pretendiam mata-la, na busca de assim alcançar a glória. E foram muitos.
Ela tinha um jardim de pedras, pedras que um dia foram homens.
E apesar de todo o
sofrimento a que fora destinada, Medusa fica completamente desamparada pelos
deuses do Olimpo, os quais ajudam Perseu a persegui-la e a mata-la.
Perseu, filho de Zeus com a
mortal Dânae, conseguiu tamanha proeza graças ao elmo de Hades (deus do
subterrâneo), que o tornaria invisível, as sandálias aladas e a foice de Hermes
(deus mensageiro). Atena lhe daria um espelho e um escudo. Ele se aproximou
invisível enquanto Medusa dormia, levantou o escudo para não olhá-la e pelo
reflexo, conseguiu decapitar sua cabeça.
Da cabeça decapitada de
Medusa nasceram o gigante Crisaor e Pégaso, o belo cavalo alado. De seu sangue
escorria veneno e também um remédio capaz de ressuscitar os mortos.
Atena ainda usaria a cabeça
de Medusa para ornar seu escudo. Alexandre, o Grande também usaria tal imagem
em seu escudo.
Como muitos de nós, Medusa
não podia olhar a si mesma. Ela sabia que era um monstro aterrador e bem melhor
que não pudesse mesmo se ver. Melhor ainda que ninguém pudesse vê-la. Conhecer
a si mesmo é um caminho extremamente doloroso. Só o segue quem realmente tem
muita coragem. E mesmo sendo um monstro, Medusa foi mãe de um belo cavalo
alado.
Quanto de Medusa temos em
nós? Coragem é admitir.
*Promotora de Justiça
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