quinta-feira, 25 de outubro de 2012

IPI prorrogado até dezembro


A presidente Dilma Rousseff prorrogou, ontem, a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis - que terminaria no final deste mês -, até o dia 31 de dezembro. A medida tem como objetivo estimular as vendas no fim do ano e ajudar a reduzir os estoques do setor, responsável por boa parte da movimentação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Durante cerimônia de abertura do Salão do Automóvel, em São Paulo, a presidente fez uma ampla defesa do novo regime automotivo, o Inovar-Auto. “Nós queremos gerar tecnologia, porque o nosso País tem um desafio e chama-se o desafio da produção, e produzir vai significar para o nosso País ter uma imensa capacidade de inovar”, disse Dilma, lembrando que o Brasil continuará importando carros, mas o novo regime automotivo reduzirá o peso dessa importação.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa prorrogação da redução de IPI sobre automóveis, por mais dois meses, é importante para que a indústria continue vendendo bem, continue anunciando e fazendo investimentos. “Tivemos boa reação da última desoneração que vigorou nos últimos dois meses, e queremos que isto se mantenha até o final do ano”, asseverou.
Para Mantega, os preços menores dos veículos automotivos contribuem para diminuir a inflação. “Se suspendêssemos a desoneração, provavelmente as empresas iriam aumentar os preços, recolocar o IPI em novembro e dezembro. Queremos que os preços continuem baixos. Sempre que pudermos contribuir para baixar a inflação, nós estaremos contribuindo”, comentou.
ESPERADA
Nas últimas semanas, já se comentava sobre a possibilidade da prorrogação da redução do imposto. Mesmo apresentando melhora na produção - a indústria subiu apenas 1,5% em agosto, frente a julho, segundo o IBGE -, alguns segmentos industriais, incluindo o setor automotivo, ainda estão com estoques excessivos. A avaliação da área técnica do Governo Federal é que o estímulo ao setor automotivo beneficia um segmento amplo da indústria, considerando que a fabricação de veículos automotores, como um todo, responde por quase 20% do setor industrial.
A redução do IPI para veículos foi anunciada em 21 de maio, com validade até o fim de agosto. Na ocasião, foi reduzida de 7% para zero a alíquota do imposto para veículos de até mil cilindradas, de 13% para 6,5% a alíquota dos veículos entre mil e duas mil cilindradas, e de 4% para 1% para comerciais leves. No final de agosto o governo optou por manter o benefício até o próximo dia 31. Agora, fica até o final do ano.
VENDAS DEVEM CHEGAR A 60 MIL
A manutenção do IPI reduzido deverá fazer com que as vendas de veículos novos em Fortaleza continuem elevadas, com previsão de comercialização de 60 mil unidades até o final deste ano. Pelo menos esta é a previsão do empresário Fernando Pontes, representante da Fenabrave no Ceará. “Esperamos comercializar 60 mil veículos nestes próximos dois meses, somente em Fortaleza, por conta da manutenção do desconto do IPI. E vamos torcer para que as fábricas possam entregar esse volume de automóveis comercializados, pois alguns modelos - mais populares -, estão com lista de espera”, disse.
Ele destacou que esta prorrogação é muito bem vinda, porque o setor está precisando alavancar as vendas, apesar de algumas montadoras estarem com os seus estoques reduzidos. “Então o cliente que quiser aproveitar esta oportunidade, tem de ir logo às concessionárias para fazer a reserva e aguardar que as montadoras fabriquem o modelo desejado. Afinal de contas, as revendedoras só entregarão com descontos, os carros que forem faturados até o fim deste ano. Pois em 2013 não deverá haver a continuidade deste desconto para os carros novos”, lembrou Fernando Pontes.
 
Por conta disso, o representante da Fenabrave acredita que o fim de ano deverá ser bastante positivo para o segmento como um todo - concessionárias e vendedores -, além dos clientes, que poderão adquirir seu carro novo com preços menores. “Isso sem falar que, como os donos de concessionárias e vendedores comercializarão mais carros, terão um faturamento maior e poderão gastar mais nas festas de final de ano, movimentando a economia de Fortaleza, e do Ceará, como um todo”, concluiu.
 
PREJUÍZO
Já segundo o empresário Israel Araújo, proprietário da revendedora Joy, que comercializa a linha Lifan, a decisão do Governo Federal não foi tão boa. “Estávamos esperando esta prorrogação, só que para nós, importadores, temos as nossas vendas bastante prejudicadas. Esta redução estimula a comercialização dos veículos nacionais, que não são tão equipados quanto a maioria dos que são produzidos no exterior. Além disso, para se investir em pesquisa e desenvolvimento, há um custo muito elevado e, possivelmente, não deverá ser tão positivo quanto se espera. O custo de produção no Brasil é muito alto e deveria haver maior incentivo por parte do governo, como redução de impostos e outras medidas”, afirmou.

Jornal O Estado

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