Os economistas norte-americanos Alvin E. Roth, de 60 anos, da Universidade de Harvard, e Lloyd S. Shapley, de 89 anos, da Universidade da Califórnia, conquistaram nesta segunda-feira (15) o Prêmio Nobel de Economia de 2012. A honraria é um reconhecimento pelos seus trabalhos sobre os mercados e a maneira de associar seus agentes, para otimizar a oferta e a demanda.
"Este ano o prêmio recompensa um problema econômico central: como associar diferentes agentes da melhor maneira possível", anunciou o Comitê Nobel. A láurea, cujo nome oficial é "prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", será entregue em 10 de dezembro, em Estocolmo.
A Real Academia Sueca de Ciências, que entrega o prêmio, disse que os 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,2 milhão de dólares) são um reconhecimento à "teoria de alocações estáveis e ao modelo de mercado" e que a distinção coroa "os esforços para encontrar soluções práticas a um problema do mundo real" efetuados por Lloyd Shapley e Alvin Roth.
Em sua decisão, a academia destacou que os dois acadêmicos foram premiados por seus estudos sobre os mercados econômicos, seus problemas de planejamento e suas possíveis "reorganizações". "O prêmio deste ano se outorga a um exemplo sobressalente de engenharia econômica", ressaltou a Academia Sueca em sua justificativa.
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A argumentação explica que os estudos elaborados por Roth e Shapley abordam um "problema econômico central", a otimização das dotações entre oferta e procura, e que o prêmio "reverencia dois professores que responderam esta questão em uma viagem desde a teoria abstrata das dotações estáveis" até "o desenho prático das instituições mercantis".
Shapley e Roth realizaram suas pesquisas de forma independente, mas suas contribuições à economia são complementares, acrescentou a Academia Sueca das Ciências.
"A combinação da teoria básica de Shapley e as pesquisas empíricas, e os experimentos e desenhos práticos de Roth geraram um campo florescente de pesquisa e melhorou a atuação de muitos mercados", completou.
Os métodos criados por Shapley limitam os motivos dos agentes para manipular o processo de combinação, além de conseguir sempre uma alocação estável. O matemático e economista americano foi capaz de mostrar como a estrutura específica de um método pode beneficiar de forma sistemática a uma ou outra parte do mercado.
Roth entendeu que os resultados teóricos de Shapley podiam servir para esclarecer o funcionamento na prática de vários mercados importantes e demonstrou que a estabilidade é fundamental para entender o êxito de instituições particulares do mercado.
Tomando como base o algoritmo de Gale-Shapley, ao qual introduziu modificações, Roth recriou com sucesso os métodos usados por instituições para emparelhar por exemplo médicos com hospitais, estudantes com escolas ou doadores de órgãos com pacientes que necessitam de um transplante.
O prêmio
O Nobel de Economia foi criado em 1968. A categoria não faz parte dos prêmios originais criados pelo testamento do empresário inventor do dinamite Nobel, em 1895.
O prêmio de Economia encerra esta edição dos prêmios Nobel, que teve início na segunda-feira passada com a premiação do britânico John B. Gurdon e do japonês Shinya Yamanaka com o de Medicina, e continuou na terça-feira com o Nobel de Física para o francês Serge Haroche e o americano David J. Wineland.
Na quarta-feira foi anunciado o de Química aos americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka, na quinta-feira o de Literatura ao chinês Mo Yan, e na sexta-feira se revelou que a ganhadora do Nobel da Paz foi a União Europeia.
Em 2011
No ano passado, os pesquisadores norte-americanos Thomas Sargent e Christopher Sims foram os escolhidos para o Nobel de economia. Eles foram premiados pela "pesquisa empírica sobre a causa e o efeito na macroeconomia", informou a Academia.
Como prêmio, os dois receberam cerca de US$ 1,5 milhão.
Veja a lista dos últimos ganhadores
2011:Thomas Sargent (EUA) e Christopher Sims (EUA)
2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (EUA), Christopher Pissarides (Chipre-GB)
2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (EUA)
2008: Paul Krugman (EUA)
2007: Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson (EUA)
2006: Edmund S. Phelps (EUA)
2005: Thomas C. Schelling (EUA) e Robert J. Aumann (EUA-Israel)
2004: Finn Kydland (Noruega) e Edward Prescott (EUA)
2003: Robert F. Engle (EUA) e Clive W.J. Granger (GB)
2002: Daniel Kahneman (Israel-EUA) e Vernon L. Smith (EUA).
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Com informações da Reuters, da EFE e da AFP
G1
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