O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar a julgar os réus acusados de comprar o apoio político de parlamentares no Congresso nesta semana. Entre os acusados está o ex-ministro José Dirceu. A Corte vai concluir nesta segunda-feira (1º) a análise da conduta dos réus ligados ao PP, PTB, PMDB e PL (atual PR). Na quarta-feira (3), o ministro relator, Joaquim Barbosa , deve começar a apontar quem considera culpado pela compra dos votos.
O julgamento completa dois meses nesta segunda-feira, com a realização da 30.ª sessão. O ministro Dias Toffoli vai concluir seu voto sobre os beneficiários do valerioduto e, na sequência, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, vão se pronunciar. A definição sobre o tema deve tomar toda a sessão.
A próxima questão a ser respondida pelos magistrados é quem foram os responsáveis pela compra de apoio político. Além de José Dirceu, são acusados de corrupção ativa o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PMDB), o publicitário Marcos Valério e seus ex-sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, o ex-advogado das agências, Rogério Tolentino, e as funcionárias da SMPB Simone Vasconcellos e Geiza Dias.
Barbosa vai construir seu voto destacando a ascendência de Dirceu sobre o grupo. Vai demonstrar o papel do ex-ministro na montagem da base de apoio ao governo Lula e sua posição de superioridade em relação aos dirigentes petistas. O relator vai sustentar que Dirceu e o núcleo político se associaram a Valério e ao Rural para usar na compra de apoio o mecanismo de distribuição de dinheiro já implementado escândalo relativo à campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998, que ficou conhecido como "mensalão mineiro".
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Revista Época
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