Médicos de ao menos 18 Estados prometem suspender o atendimento a pacientes de planos de saúde a partir desta quarta-feira (10). Esta é a quarta paralisação anunciada pela categoria em dois anos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), serão suspensas apenas consultas e cirurgias eletivas – serviços de urgência e emergência não serão afetados.
- Cartaz de entidades médicas envolvidas no movimento contra os planos de saúde
A paralisação será contra todas as operadoras de saúde suplementar apenas em parte dos Estados, como Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe.
Em outros, o protesto vai atingir apenas operadoras de planos locais. É o caso de Bahia, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Há, ainda, algumas unidades que ainda farão assembleias para decidir pelo movimento, como Rio de Janeiro, Paraíba e Espírito Santo.
Em cada local, o movimento tem uma duração específica. A paralisação mais longa está prevista para Sergipe, marcada para o período entre 10 e 25 de outubro. Já no Maranhão, deve ocorrer até o dia 24.
Em São Paulo, o movimento envolverá as seguintes operadoras: Green Line, Intermédica, Itálica, Metrópole, Prevent Sênior, Santa Amália, São Cristovão, Seisa, Trasmontano e Universal. Hoje e no dia 18, todos os médicos devem participar. Entre os dias 11 e 17, os profissionais aderem de acordo com a especialidade.
Reivindicações
Além do reajuste de honorários de consultas e outros procedimentos, a pauta de reivindicações inclui a inserção, em contrato, dos critérios de reajuste, com índices definidos e periodicidade e o fim da intervenção dos planos na relação médico-paciente.
De acordo com o vice-presidente do órgão, Aloísio Tibiriçá, as receitas dos planos de saúde no Brasil crescem, em média, 14% ao ano, mas o reajuste não é passado aos médicos. Segundo ele, o valor pago por consulta realizada já chegou a representar 40% dos gastos pelas operadoras, mas atualmente fica entre 14% e 18%.
Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indicam que, entre 2003 e 2011, a receita das operadoras cresceu 192%, enquanto o valor médio pago por consulta aumentou 65%. Cálculos da própria categoria, entretanto, indicam que o reajuste foi 50%. (Com Agência Brasil e Folha.com)
UOL Notícias
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