sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ceia de Natal vegetariana é a opção de muitos fortalezenses

Sem peru, tender e pernil se faz uma deliciosa ceia de Natal. É o que garantem chefes de cozinha e adeptos de alimentação vegetariana. Nada mal para as 350 mil pessoas (14% da população) de Fortaleza que se declararam vegetarianos, em pesquisa do Ibope divulgada em outubro último. Considerando a proporção demográfica, a capital cearense é a maior do País com população vegetariana. São Paulo, como o esperado, ocupa o primeiro lugar em número de vegetarianos 792 mil pessoas, mas a taxa demográfica é menor, 7% da população. E como fazer um cardápio para a ceia de Natal sem carnes?
 
A primeira sugestão vem de Maitri Monica Denstone, chef do restaurante Mandir (Rua Nossa Senhora dos Remédios, 158 – Benfica), em Fortaleza. Ela sugere “muitas frutas, belamente decorando a mesa. Saladas de folhas verdes, guarnecidas com molho de maracujá agridoce. Maionese de creme de soja, batata, cenoura, milho verde e passas. Samosas, pasteis indianos assados, kibe de forno, polenta paulista, uma boa farofa, batatas assadas com ervas finas, refogados de legumes”. Gostou? Ainda tem sobremesa que pode ser bolo com frutas cristalizadas, manjar de coco e mousse de maracujá.
 
Outra sugestão de ceia que abre mão do sacrifício de animais é feita por Parama Karunaji Dasa, parceiro do restaurante Grão da Vida (Rua Gustavo Augusta Lima, 1111 – Guararapes). Para entrada, ele indica puri com molho pesto ou homus (pasta à base de grão-de-bico). Como prato principal, arroz com passas e iogurte, batata gouranga, típico prato indiano, glúten na massala (refogado de especiarias com tomate, pimentão) e, para  sobremesa, pudim de iogurte, sem ovos.
 
A equipe do Veg Gourmet, especializada em comida vegana com entrega em domicílio, em Fortaleza, oferece como cardápio para a mesa de Natal: arroz de coco, farofa com especiarias, salada salpicão, glúten à Califórnia, torta  quiche  jerimum com gergelim ou torta quiche berinjela com passas.
 
Saúde e respeito à natureza
    
Maitri é adepta da filosofia vaisnava, que entre seus preceitos está o regime alimentar que exclui da dieta todos os tipos de carne. Ela aponta vantagens da alimentação vegetariana: É boa para a saúde, previne doenças, o organismo funciona melhor, o que resulta em longevidade. Além disso, ela ressalta que ao adotar uma alimentação sem carne, a pessoa ajuda a diminuir a matança de animais.
  
Na mesma linha, Parama segue uma alimentação lacto-vegetariana, que aceita derivados do leite. Diz que, em época de Natal, quando vai para as confraternizações dos amigos e familiares cristãos, sempre leva pratos vegetarianos e assim se integra à festa.
 
A professora Neda Mattos, que adotou o regime lacto-vegetariano há 10 anos, diz que já se acostumou a preparar seus pratos com acréscimo porque ao levar para a casa dos familiares, muitos que comem carne também querem provar as delícias de seu cardápio. Para este ano, ela planeja fazer um salpicão vegetariano, purê e quiche de queijo.
 
A psicóloga e professora de yoga Ana Cláudia Dutra não come carne vermelha há mais de 20 anos e há cinco dispensou frango do cardápio. Eventualmente, come peixe, mas reconhece que está deixando, aos poucos, o pescado. O esposo, Nello Baia Jr., também mestre de yoga, aboliu totalmente a carne de seu regime, há muito tempo. Como  lacto-vegetarianos, também enfrentam o desafio de confraternizar com amigos e familiares carnívoros. Segundo Ana Cláudia, eles adotam duas estratégias: ou fazem a refeição antes, em casa, ou levam algum prato vegetariano para as festas de família.
 
Você sabe mesmo o que é vegetarianismo?
 
Um dos  sites mais acessados por vegetarianos e por quem está no processo de se transformar  em um é owww.vegetarianismo.com.br. De cara um apelo:  “Comemore o Natal com uma ceia condizente com o significado desta data: o Nascimento do Príncipe da Paz e do Amor. Enquanto a mesa da humanidade for regada com sangue e álcool não haverá Paz nem a humanidade poderá se considerar civilizada. Faça parte da solução. Neste Natal não contribua com a morte. Comemore com uma ceia vegetariana.”
 
O site oferece muitas informações, receitas e  esclarece equívocos. O engano mais comum é   achar que todo vegetariano é vegano (quem não se alimenta nem consome qualquer tipo de produto de origem animal). “Subdivididos muitas vezes em ovo-lacto e lacto, os vegetarianos podem tentar ou não reduzir seu uso de produtos animais não alimentícios, como fazem os veganos”. Conheça os tipos de vegetarianismo listados:
 
  • Ovo-lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui ovos e leite (e derivados, como queijo, iogurte etc.) em sua alimentação. Esta é a forma mais "popular" de vegetarianismo.
  • Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui leite e derivados do leite (laticínios).
  • Vegano:  os veganos excluem de sua alimentação todos os produtos de origem animal.  Além de carnes, peixes, aves, laticínios (leite, manteiga, queijo, iogurte etc.), excluem ovos, mel, gelatina etc. Os veganos evitam o uso de couro, lã, seda e de outros produtos menos óbvios de origem animal, como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes etc.
  • Veg: apelido resumido de vegetariano; costuma incluir os veganos.
  • Vegetariano estrito: originalmente o mesmo que vegano; agora pode significar vegano ou vegetariano.
  • Crudívoro: o crudivorismo admite apenas a ingestão de alimentos crus.
  • Frugívoro (ou frutívoro ou frutariano): sistema alimentar que admite apenas o consumo de fruas na alimentação.
  • Freegano: o freegano (uma corruptela deliberada da palavra vegano) come aquilo que encontra no lixo. Apesar de os freeganos serem mais radicais que os veganos ao se recusarem a comprar qualquer tipo de alimento, eles também são mais flexíveis, já que não têm objeções éticas a comer produtos animais que foram jogados fora. Eles querem evitar dar dinheiro àqueles que exploram os animais. Uma vez que um produto foi descartado, não faz diferença para o produtor se o alimento é consumido ou incinerado. Alguns freeganos continuam não gostando da idéia de comer um cadáver e – apesar de estarem dispostos a comer alimentos de latas de lixo – eles são bem informados sobre a contaminação fecal na carne e compreendem os riscos à saúde envolvidos em comer qualquer coisa que tenha passado por um abatedouro.
Como podemos ver, esclarece ainda o site: "o regime vegetariano não é, pois, exclusivamente vegetal e seu nome não se origina de alimentação vegetal e, sim, do latim vegetus que significa 'forte', 'vigoroso', 'saudável'. 
 
Mais informações: Restaurante Mandir - (fone: 85 3023 3563) / Grão da Vida – (fone: 85 - (85) 3241-2204 / Equipe Veg Gourmet – (fone: 85 3212 0282)
Última atualização: 20/12/2012 às 19:08:33

Boa Notícia

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