sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Unifesp lança site para ajudar gente que exagera no consumo de álcool

Tatiana Pronin
Do UOL, em São Paulo
Além de informações sobre álcool, o site oferece avaliações e um programa para reduzir o consumo


A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) lançou nesta quinta-feira (6) um site interativo voltado principalmente para pessoas que fazem uso de risco do álcool. Chamado de Informálcool (www.informalcool.org.br), a iniciativa tem o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a parceria de pesquisadores de outros de três países (México, Bielorrússia e Índia), que também acabam de criar sites semelhantes.
Cerca de 12% da população brasileira sofre com a dependência de álcool. Para essas pessoas, existem instituições que oferecem tratamento nas redes pública e privada. Mas uma parcela maior de usuários de álcool – aproximadamente 18% dos brasileiros – tem um perfil de consumo considerado de risco (veja tabela abaixo). É gente que exagera na bebida quando sai com os amigos, por exemplo, ou não consegue ficar uma semana inteira sem beber algumas doses.
Segundo a professora Maria Lucia Formigoni, chefe do departamento de psicobiologia da Unifesp, essas pessoas também podem vir a sofrer as consequências do consumo excessivo, como cirrose hepática, hipertensão, certos tipos de câncer e doenças neurológicas, para não falar no risco de sofrer acidentes e passar por situações embaraçosas. No entanto, esses consumidores não acham que têm um problema sério que justifique procurar um especialista ou um grupo de autoajuda. É justamente esse público que o site pretende alcançar.
O Informálcool permite ao usuário fazer testes de avaliação do consumo de bebida alcoólica, definir metas de redução de uso e trocar ideias com outras pessoas em fóruns mediados por profissionais. Basta se inscrever, de preferência com um e-mail que não exponha a identidade, embora a confidencialidade seja garantida. O serviço é gratuito.
A partir do diagnóstico obtido nos testes, a ferramenta oferece ao usuário um programa online de seis semanas (chamado de Beber Menos) para reduzir o consumo de álcool, ou, se for o caso, parar de beber. “O objetivo é fazer com que pessoas que fazem uso de risco consigam reavaliar seu consumo e, assim, impedir que elas evoluam para a dependência”, explica Formigoni. Os usuários que já apresentam quadro de dependência também podem participar, mas a eles é recomendado buscar ajuda presencial.

QUANDO O USO DE ÁLCOOL É CONSIDERADO DE RISCO?

  • informalcool
    Para mulheres, é considerado seguro consumir no máximo 1 dose de álcool por dia (ou 2 em uma ocasião especial), mas não todos os dias da semana e no máximo 7 doses por semana (não de uma vez); para homens, o limite é de 2 doses por dia (ou 4 em uma ocasião especial), mas não todos os dias da semana e no máximo 14 doses por semana (não de uma vez)

VOCÊ ÀS VEZES EXAGERA NA BEBIDA? VEJA DICAS PARA MUDAR O HÁBITO

Evite comprar bebidas alcoólicas em grande quantidade ou compre bebidas com um baixo teor alcoólico, como, por exemplo, uma cerveja “light” ou vinho branco
Procure aumentar o consumo de bebidas não alcoólicas entre uma dose e outra de álcool
Coma antes de ingerir bebidas alcoólicas
Não beba após a meia-noite porque isto pode prejudicar o sono
Aprenda a dizer “não, obrigado” e respeite o “não” dos outros
  • Fonte: Informálcool
De acordo com a especialista, o ponto de partida para o projeto foi um projeto semelhante feito na Holanda, com bons resultados. Após o programa online de seis semanas, 17% dos usuários do site conseguiram diminuir o consumo de bebida alcoólica, em comparação com 5,4% do grupo controle, que não usou a ferramenta e só recebeu material informativo. Quem usou o site também conseguiu uma redução bem maior na quantidade de álcool ingerida.
A plataforma também oferece informações, estudos e dados de legislação sobre uso de álcool no Brasil e no mundo, por isso será útil para profissionais de saúde que trabalham na área. Além disso, há uma área direcionada a familiares de usuários, com dicas de como abordar o assunto e oferecer ajuda.
A professora da Unifesp conta que, no ano que vem, a equipe espera aproveitar as informações obtidas com o uso do site em pesquisas sobre consumo de álcool. Alguns usuários, inclusive, deverão ser convidados a participar de um estudo que incluirá o atendimento por telefone.
Além de ter apoio da OMS, o site é bancado pela Associação Fundo Iniciativa em Pesquisa (Afip). Participam do projeto, além da equipe da Unifesp, profissionais da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade Federal do Paraná. 

Veja mitos e verdades sobre drogas

Foto 22 de 24 - Fumar provoca câncer; álcool não? MITO: "O álcool é o segundo fator de risco modificável para cânceres, só fica atrás do cigarro", alerta Thiago Marques Fidalgo, psiquiatra do Hospital A.C.Camargo. Os fatores "modificáveis" são os que advêm dos hábitos das pessoas; os demais são fatores genéticos. "O perigo do cigarro é muito divulgado, mas os efeitos tóxicos do álcool podem provocar câncer por onde ele passa: boca, pescoço, cordas vocais, esôfago, fígado, intestino", diz o médico. Quanto maior o con

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