O cineasta brasileiro Andrucha Waddington já disse que suas referências para fazer "Os penetras", que entra em cartaz nesta sexta-feira (30), foram comédias antigas, em especial do italiano Mario Monicelli (1915-2010) e do americano Billy Wilder (1906-2002). Disse também, por outro lado, que observa semelhanças com produtos mais recentes, como de "Se beber, não case!" (2009).
Mas "Os penetras" afirma ter recorrido a outro dado contemporâneo: a "imprensa de celebridades", que para ele virou "uma coisa tão massiva e exaustiva". Atriz do filme, Mariana Ximenes lista outro termo: "invasão de privacidade" (Veja entrevista com os dois no vídeo acima).
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"A gente não tem como não brincar com isso. O Jude Taylor [personagem do longa], a gente inventou pelo que acontece com as nossas próprias vidas. Essa coisa dos paparazzi ", prossegue o cineasta. E depois pergunta: "A vida não era assim 15 anos atrás, né?". Mariana responde: "Não, de jeito nenhum. Essa própria invasão da privacidade não é só uma culpa da imprensa, mas é culpa também do público que consome esse tipo de informação".
Os protagonistas de "Os penetras" são Marco Polo (Marcelo Adnet) e Beto (Eduardo Sterblitch). O primeiro é uma atualização do malandro. O segundo, um fracassado sentimental. Juntam-se no começo da projeção e, uma vez que unem forças, partem para justificar o título da obra. A personagem de Mariana Ximenes é quem deflagra a aproximação dos rapazes. (Veja entrevista com os atores no vídeo ao lado).
No último ato da história, Beto finge ser o citado Jude Taylor, um fictício astro de Hollywood, para invadir uma festa de ano novo. É precisamente ali que se pretende fazer sátira à devoção aos famosos mencionada por Andrucha Waddington, em sua estreia no gênero. Antes, ele havia feito "Eu tu eles" (2000), "Casa de areia" (2005) e "Lope" (2010). Ao tratar da entrada em cena do falso Jude Taylor, Mariana retoma a ideia incial: "[Antigamente] existia esse assédio, mas não dessa forma. Hoje em dia todo mundo tem celular, tira foto...".
Marcelo Adnet, por sua vez, usa a noção de contermporaneidade para avaliar a impressão que o público tem da comédia que ele e Eduardo Sterblitch fazem. "A gente faz um humor bem diferente [um do outro]", começa. Na sequência, aponta uma suposta convergência. A audiência, de acordo com ele, entende que ambos pertencem "a uma nova geração", reconhecendo ali "uma tentativa de fazer um humor que é novo realmente para os padrões de hoje em dia".
G1
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