Em São Paulo para o sorteio dos jogos da Copa das Confederações, que acontecerá neste sábado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, falaram nesta quinta-feira (29) sobre as expectativas para o torneio, que será disputado em junho de 2013 em seis cidades-sede brasileiras.
Segundo Blatter, a Fifa não encara a Copa das Confederações apenas como uma prévia da Copa do Mundo. "Esse torneio é mais do que um ensaio da Copa do Mundo, e é um presente para a Fifa ter um campeonato com tantos clubes campeões mundiais", disse. A Copa das Confederações terá quatro seleções que já ganharam a Copa do Mundo: Brasil, Uruguai, Espanha e Itália. Além disso, conta com México, Japão, Taiti e o campeão africano, que só será conhecido em 2013.
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Se como torneio a Copa das Confederações não é um ensaio, no campo da infraestrutura é. Será o primeiro teste sobre a capacidade de metade das cidades-sede de organizar um torneio internacional. Segundo Valcke, a Fifa acompanha as obras junto com o governo brasileiro. "Estamos acompanhando de perto as obras de aeroportos, especialmente os do Rio e de Salvador", disse. Valcke disse que a maioria dos estádios está no caminho certo, mas há atraso em algumas obras. Segundo o Ministério do Esporte, as obras dos estádios em Manaus, Salvador e Brasília estão atrasadas. No entanto, o secretário-geral da Fifa disse acreditar que todos os estádios estarão prontos para a Copa do Mundo.
A Copa das Confederações também deverá ser o primeiro torneio de seleções em que a arbitragem poderá usar recursos tecnológicos para analisar lances polêmicos de gol. Blatter contou que era contra o uso da tecnologia no futebol, mas mudou de ideia após a partida entre Alemanha e Inglaterra, na Copa de 2010, quando um gol inglês não foi validado pelo juiz. "Nós não podemos permitir a repetição de uma situação como essa", disse. A tecnologia será usada apenas na linha do gol. Dois sistemas – inserção de chip na bola e câmeras para analisar lances – serão testados em dezembro, no Mundial de Clubes. "Se não houver nenhuma catástrofe, um dos sistemas deverá ser escolhido para a Copa das Confederações".
Corrupção e caso Del Nero
O presidente da Fifa também foi questionado sobre a situação do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero. Del Nero está sendo investigado na Operação Durkheim, da Polícia Federal. Blatter disse que não entraria no mérito específico do caso de Del Nero, pois não foi levado à Fifa, mas falou sobre a política de ética que a entidade começou a colocar em prática a partir do ano passado - em 2011, um escândalo de corrupção abalou a Fifa, quando um ex-presidente da Federação de Futebol da Inglaterra acusou dirigentes de cobrar propina e vender votos para aprovar as escolhas de Rússia e Catar como sede das Copas de 2018 e 2022.
"É fácil controlar o que acontece no campo de futebol. Tem as linhas do campo, o árbitro, tempo para a partida acabar. Fora do campo, as coisas são mais difíceis", disse Blatter. Segundo ele, o ideal era que todas as confederações e associações nacionais instalassem comissões de ética, com auditorias e políticas de transparência. Atualmente, a CBF não conta com uma comissão de ética própria.
Mudança de técnico na seleção brasileira
Joseph Blatter também comentou sobre troca de técnicos da seleção brasileira. Ele considerou acertada a decisão da CBF em oficializar a escolha de Luiz Felipe Scolari nesta semana - e não apenas em janeiro. Segundo Blatter, é sempre ruim quando uma seleção deixa o posto de técnico e comissão em aberto. "Não podemos ter uma seleção nacional com vaga aberta. Não pode ter esse vácuo", disse. A CBF adiantou o anúncio para que o Brasil não ficasse sem comissão técnica no sorteio da Copa das Confederações, no sábado.
Revista Época
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