DE SÃO PAULO
Andres Sanchez, 48, deve se demitir do cargo de diretor de seleções da CBF nesta segunda-feira. O anúncio provavelmente será no início da tarde, em entrevista coletiva durante a Soccerex, feira sobre futebol que ocorre no Rio.
Antes, o cartola pretende avisar José Maria Marin, presidente da CBF, de seu pedido de demissão. Andres ficou contratariado com a demissão do técnico Mano Menezes da seleção, na sexta-feira.
Coube ao diretor de seleções informar o treinador e ainda dar uma entrevista coletiva para explicar a decisão. "Eu não concordei, fui voto vencido", disse um constrangido Andres Sanchez na sede da Federação Paulista de Futebol.
Marin e seu vice, Marco Polo Del Nero, não se manifestaram sobre a demissão de Mano.
Segundo interlocutores de Andres ouvidos pela Folha, o dirigente também estaria irritado com o fato de Marin e Del Nero terem iniciado, sem consultá-lo contatos com Luiz Felipe Scolari para substituir Mano.
O ex-técnico do Palmeiras está no Rio Grande do Sul visitando familiares. Segundo sua assessoria, não foi procurado por ninguém da CBF, e não tem nenhuma reunião marcada com dirigentes da confederação.
INCÔMODO
Andres foi contratado em dezembro do ano passado, pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para o cargo de diretor de seleções. Começou na função assim que concluiu seu segundo mandato como presidente do Corinthians.
Na prática, cabia a Andres servir como elo entre a comissão técnica e a cúpula da CBF, além de negociar amistosos, tratar da liberação de jogadores e servir como interlocutor dos clubes com a confederação.
Com a chegada de Marin e Del Nero ao comando da CBF, Andres foi aos poucos perdendo espaço. Marin agendou amistosos sem consultá-lo, levou a seleção para treinar no CT do São Paulo (clube com quem Andres passou anos brigado) e fez de tudo para deixá-lo desconfortável. O ápice ocorreu na sexta-feira.
FUTURO
Uma vez fora da CBF, é muito provável que Andres passe a fazer oposição à dupla Marin/Del Nero. A próxima eleição para a presidência da CBF está marcada para abril de 2014 --foi antecipada para evitar que maus resultados na Copa atrapalhassem o candidato da situação, que será Del Nero. Pelo estatuto da entidade, é preciso que cinco federações estaduais e pelo menos oito clubes apoiem um candidato a presidente.
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