sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Diminui ocupação de vagas na Universidade Federal do Ceará


THATIANY NASCIMENTO
thatynascimento@oestadoce.com.br
“A concorrência em Salvador é muito alta. Eu fiz Enem e vou tentar entrar em outras universidades, uma delas é a UFC. É a chance de cursar Medicina”. A decisão do baiano Vinícius de Oliveira Melo, não é restrita. Desde que o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) garantiu o ingresso em instituições superiores de outros estados, muitos estudantes fazem esta opção. Porém, a busca, em geral, segue as “tradicionais demandas”. Em 2011, dos 314 alunos que não residiam no Estado e ingressaram na Universidade Federal do Ceará, 112 deles, ocuparam vagas em Medicina. Já este ano, o percentual caiu, segundo a UFC, por conta da adesão de outras universidades ao Sisu.
Para o estudante baiano, morador de Feira de Santana (BA), mudar-se para o Ceará para ingressar em um curso superior não é novidade. Em 2011, quando a UFC aderiu ao Sisu, Vinícius optou pelo curso de Engenharia Civil, em Juazeiro do Norte, graduação onde 30,0% dos alunos, no período, eram de fora do Ceará. A falta de afinidade com o curso o fez voltar para a Bahia e buscar outras opções. Agora decidido, o estudante, que não tem familiares em Fortaleza, diz ter como prioridade a instituição cearense.
Diferente de Vinícius, o universitário manharense Iure Goes, que atualmente cursa Publicidade e Propaganda na UFC, optou pela instituição devido a ausência do curso na Federal do Maranhão. “Fiquei na dúvida entre Pernambuco e Ceará, mas pesou o fato de eu ter parentes aqui”, contou. Ele não recebe assistência estudantil e tem como renda, além da ajuda enviada pelos pais, os recurso de uma bolsa de extensão. Iure repudia os argumentos de que estudantes de fora “vêm tomar vagas de estudantes locais”. Para o estudante, a “culpa” pela pequena oferta de vagas é do modelo educacional de ensino superior do País. Portanto, a reivindicação quanto ao acesso, deve ter outro foco.
MOVIMENTO NORMALIZADO
O coordenador de Planejamento, Informação e Comunicação da Pró-Reitoria de Graduação da UFC, Miguel Franklin, ressalta que esse movimento de ocupação de vagas por estudantes, não residentes no Ceará, foi intenso em 2011, mas em 2012, voltou à normalidade. “No ano passado, o percentual de ocupação foi de 5,5% somente no vestibular. Isto é menor do que a média atual total da UFC, que tem cerca de 7% de alunos de fora do Estado”, destacou.

De acordo com ele, em 2011, de forma diferenciada, 72 graduações contaram com alunos de outros estados, mas, outras 32 não constaram de forma alguma com esta participação. Para ele, esta ocupação destacou-se, de fato, em alguns cursos, como Medicina, Engenharia, Direito, Biotecnologia e Psicologia. “Essa curva foi muito acentuada no primeiro ano que aderimos ao Sisu. Isso ocorreu devido ao baixo número de instituições que tinham também aderido. Com a ampliação do número, essa demanda foi dissipada. Os números do primeiro semestre de 2012 comprovam isto”, defendeu. 
EVASÃO
Para o coordenador do curso de Engenharia Civil, Silvrano Dantas, que há dois anos convive com esta ocupação, a possibilidade ofertada pelo Sisu é boa, já que democratiza o acesso a instituições que são Federais, e assim devem servir a candidatos de todo território nacional. Porém, ele destaca que é notório a aumento da evasão, já que em muitos casos, manter-se em outros estados não é tarefa fácil para os estudantes.
Além disso, o professor aponta, que como o Sisu é dividido em três chamadas, muitos universitários abandonam o curso, quando são convocados em outros momentos para ingressar em instituições mais próximas dos estados de origem. “Há de se repensar. Temos também muitos estudantes chegando quando já estamos com três meses de aula. Isso interfere na vivência do curso”, completou.  

PROPOSTA RECUSADA
O Ministério da Educação (Mec) não aceitou a proposta de alteração na proporção de cotas por critério socioeconômico na Universidade Federal do Ceará (UFC) para 2013. Há cerca de uma semana, o reitor da UFC, Jesualdo Farias, havia demonstrado interesse em reservar 80% das cotas, fechadas em 12,5% do total de vagas, para estudantes com renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário. Com a negativa do Mec, o critério de renda deverá compor 50% das vagas para cotistas, ou seja, 6,25% do total, como estava previsto inicialmente.

RE-VEJA A MANIFESTAÇÃO SOBRE AS COTAS DA UFC:
 O Estado

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