quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Obesidade feminina influencia nas taxas de infertilidade


Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública, a infertilidade atinge cerca de 10% a 15% da população mundial.
Vários estudos recentes apontam que entre os fatores que afetam a fertilidade feminina está a obesidade. No Brasil, dados do Ministério da Saúde, constataram que o excesso de peso atinge 30% das mulheres em idade fértil (16 a 45 anos).
O excesso de peso tem associação direta com a irregularidade menstrual. Mulheres com sobrepeso, mesmo não apresentando a conhecida Síndrome dos Ovários Micropolicísticos, sofrem dos mesmos problemas de irregularidades do ciclo menstrual e anovulação.
Um estudo realizado pelo Fertility (Centro de Fertilização Assistida) verificou que mulheres com IMC (Índice de Massa Corporal) elevado, classificado como sobrepeso e obesidade, apresentam uma taxa de fertilidade menor e duas vezes mais chances de abortamento comparadas com mulheres que apresentaram IMC normal.
DESEQUILÍBRIO HORMONAL
A médica ginecologista Claruza Lavor, especialista em Reprodução Humana, explica que o excesso de gordura corporal na mulher pode alterar os níveis de insulina liberados pelo pâncreas. A elevação da insulina amplifica a produção de androgênios pelos folículos ovarianos, causando um desequilíbrio hormonal, dificultando a liberação dos óvulos (ovulação) e limitando as chances da mulher engravidar.

Segundo a médica, entre as consequências da obesidade estão: atraso para concepção espontânea, aumento das taxas de abortamentos espontâneos, baixa resposta aos tratamentos para infertilidade, além da maior predisposição a complicações obstétricas. A infertilidade feminina em pacientes com sobrepeso e obesas está relacionada principalmente com a alteração nos esteróides sexuais.
Muitas pacientes podem engravidar espontaneamente se houver redução do peso corporal com a prática de exercícios físicos e dietas apropriadas. As intervenções para redução do peso geralmente constituem o ponto inicial do tratamento. Objetivam melhorar a fertilidade e reduzir o risco de complicações obstétricas, sendo mais efetivas quando introduzidas como abordagem inicial.
FERTILIDADE MASCULINA
Engana-se quem acha que o problema atinge somente as mulheres, pois a obesidade também afeta a fertilidade masculina. O excesso de peso reduz o nível de testosterona (hormônio masculino) e aumenta o nível de estradiol (hormônio feminino), comprometendo a produção de espermatozóides. Além disso, pesquisas comprovam que homens com excesso de peso possuem um índice maior de fragmentação do DNA do espermatozóide, gerando falhas na fertilização.

Com isso, Claruza Lavor orienta que os casais melhorem os hábitos alimentares, procurando uma dieta mais saudável, com o consumo de alimentos integrais, frutas, vegetais e vitaminas antioxidantes. Isto proporciona melhora no metabolismo e traz resultados positivos para a saúde de qualquer indivíduo, independente se deseja ou não ter filhos.
Jornal O Estado

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