Embora os trabalhadores negros (pretos e pardos) ainda tenham, na média, salários mais baixos do que os da população não negra (brancos e amarelos), as diferenças, tanto de rendimento quanto de participação no mercado de trabalho, estão diminuindo, segundo estudo apresentado nesta terça-feira (13) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade)/Dieese e com base na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
Em 2011, o rendimento dos negros correspondia a 61% do valor recebido pelos brancos, nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo. Em 2002, essa proporção era inferior, 54,6%.
No índice geral, o rendimento médio por hora dos trabalhadores negros era de R$ 5,47 em 2002 e, em 2011, ficou em R$ 6,28. No caso dos trabalhadores não negros, o rendimento médio por hora era de R$ 10,01 em 2002 e em 2011 ficou em R$ 10,30, um avanço de apenas 2,9%.
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A diferença entre as taxas de desemprego de negros e não negros diminuiu nos últimos anos, embora a do primeiro segmento ainda supere a do segundo(12,2% e 9,6%, respectivamente). Essa diferença, de 2,6 pontos percentuais, correspondia a 7,2 pontos percentuais, em 2002.
"O crescimento da economia nos últimos anos e seus reflexos positivos no mercado de trabalho contribuíram para a melhoria geral do mercado, em especial para os negros", afirmou o coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian. "No entanto, o crescimento econômico por si só não é capaz de garantir igualdade de oportunidades". Segundo ele, é preciso que se atenuem as discrepâncias socioeconômicas e, mais especificamente, os níveis de escolaridade.
Em São Paulo, negros ganham menos em setores que pagam mais
Nos setores de serviços e indústria, que são os que melhor pagam na região da Grande São Paulo, os negros ganham pouco mais do que 50% do rendimento pago a não negros. No setor de serviços, em que o rendimento médio por hora é de R$ 10,03, os negros ganham R$ 6,77, enquanto os não negros recebem R$ 11,67. Isso significa que, em 2011, o rendimento por hora dos negros representou 58% do rendimento dos não negros.
Esse quadro se repete na indústria, segundo setor que melhor paga, cujo rendimento médio por hora é de R$ 9,76. Os negros ganham R$ 6,75 ante R$ 11,26 dos não negros. Nesse setor, o rendimento médio por hora dos negros representa 59,9% dos não negros. No setor de serviços domésticos, em que o rendimento médio por hora é de R$ 4,83, os negros ganham R$ 4,83 e os não negros R$ 4,84. Em 2002, o rendimento médio por hora dos negros no setor de serviços representava 55,5% dos não negros. Na indústria, esse valor era de 53,2%.
NP
Revista Época
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